Não era amor, era melhor


Carol Bortolo

Não era amor, era uma festa. Eram dois celulares no mudo e muito barulho de fundo.
Não era amor, era uma sobremesa. Era um beijo doce, calmo, molhado.
Não era amor, era conexão. Eram mãos passeando, se conhecendo, se tocando, descobrindo no outro um novo universo de prazer.
Não era amor, era fim de tarde. Era um sol baixando e dois corações batendo forte enquanto os olhares se cruzavam com tanta profundidade que era impossível impedir o inevitável.
Não era amor, era energia. Era uma atração que os unia e que ninguém entendia.
Não era amor, era proibido. Eram dois corpos em um canto escondido criando uma conexão tão intensa que parecia que o mundo não existia fora daquele encontro.
Não era amor, era uma história. Era um conto de fadas criado para abraçar uma angustia que chorava alto um choro de bebê.
Não era amor, era segredo. Era uma janela de tempo intocada que exisitiria pra sempre apenas na lembrança daquelas duas almas.
Não era amor, era único, singular, inesquecível, indubitável, utópico, surreal.
Não era amor (porque não podia ser / porque não tinha que ser / porque não era pra ser / porque não tinha nada a ver). Era melhor.

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Carol Bortolo

E-mail: acarolbortolo@gmail.com

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